Tijolo: The Adventures of Robinson Crusoe (1954)

Tae um livro com uma história que li quando era pequeno, me apaixonei, mergulhei de cabeça, sofri, fiquei aliviado, ri, chorei, fiquei com medo e tive muito orgulho de tudo o que passei com meus dois amigos na ilha, sim dois amigos Robinson Crusoé e o camaradaço Sexta-Feira.
Eramos três , lá na ilha!

Para mim, era tudo demais, quase dava para sentir na pele e por várias e várias vezes me vi tentado a dizer algo , um palpite,um sinal,um tiro...enfim..queria participar daquilo tudo que meus olhos de criança insistiam em ler cada vez mais, mesmo correndo o terrível risco do livro acabar!
Oh,não! Tudo menos isso.

Mais de 20 e tantos anos depois, uma amiga queridissíssima, me presenteia com um exemplar do filme na versão de ninguém menos que LUÍS BUÑUEL, simplesmente o diretor de um dos meus filmes prediletos senão o mais querido de todos, que é o "O ANJO EXTERMINADOR".
Obra prima intocável.

Sim, cá estou eu outra vez, me deparando com um naufrágio que fará um homem ser "refém" do seu destino ficando ali isolado pelos próximos 28 anos da sua vida.
Contados dia após dia.

Tudo está lá...o naufrágio, a construção do futuro com os restos do passado (embarcação), suas unicas companias...um cão e um gato.
A falta de perspectiva e a esperança de tudo mudar.

Buñuel na sua primeira película colorida,se mostra um fãn do livro.
nos conduz assim como o autor o faz...
nos mostra as incertezas e fraquezas do nosso herói e inverte os papéis com o doce e amável Sexta-Feira, supostamente o canibal.

O diretor nos mostra como a solidão pode tornar tudo incerto e como uma boa amizade ameniza tudo isso.
Vemos o homem civilizado ser levado ao extremo, vestido como um andarilho maluco, clownesco, hoje seria um personagem de teatro a la "Grupo Galpão" onde vestes são feitas com muitos detalhes e pedacinhos de panos.
Um pequeno caos visual em um personagem cheio de altos e baixos.

Assim como vemos um canibal ser totalmente civilizado, aprendendo a comer com garfo e faca e toda pompa mais necessária.

Foi uma golfada nostalgica de aventura.
Fazia muito tempo que eu não via nada parecido.
O filme continua dinâmico e divertido, engraçado e emotivo como deve ser e como a obra original é; e pede para ser.
Parecia que estava relendo o livro, além de reviver deliciosas memórias a muito tempo esquecidas .
Uma ótima pedida e uma super golfada de ar no meio do mar de bosta pseudo-cinematográfica que assola nossa humanidade agora.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

The Adventures of Robinson Crusoe (1954)

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